Porta de Entrada!!!

Durante os anos em que estou praticando a vela rádio controlada, vivenciei várias tentativas de tornar um determinado projeto ou classe na “porta de entra” a vela rc.
Durante os anos sessenta, Hely Brício do Valle construiu vários veleiros da classe M, destaque para o Star, diversos classes 20 (vinte polegada de comprimento) foram construídos, acredito que até hoje a mais antiga forma comercial (modelo Pelicano classe 20) esteja à venda na loja Mobral em São Paulo.
Nos anos setenta o velejador campeão Luiz de Castro apresentou seu Star 20 (vinte polegada de comprimento) em poliuretano moldado revestido de fibra de vidro, copia do Star1X1.
Nos anos oitenta uma tentativa comercial da loja Grid Modelismo lançando o monotipo M Brasil (Marblehead).
No inicio dos anos noventa foi lançado o monotipo 1 Metro ULY, projeto do brasileiro Antonio Carlos Vadalá Guimarães, que por suas características de restrição, teve a adesão imediata dos comandantes no Brasil e Argentina e mais tarde do Chile, foram construídos mais de 500 veleiros em 10 anos.
No mesmo período projetei o rg65 ProWind, industrializado kit plástico  pela ATC – Marine Craft, e ainda Paulo H. Stier lança as primeiras versões do veleiro rg65 The Best, e ao final deste foi lançado em São Paulo o monotipo Lightning Class – APN.
Após seis anos do seu lançamento na Europa, em 2011 tivemos o lançamento do veleiro Footy no Brasil, uma nova classe com características técnicas interessantes, de baixo custo e tamanho reduzido, podendo ser navegado em piscinas, nasce organizada tendo como representante da associação internacional da classe  o Sr. Fred Schmidt.
Será que algum dos veleiros citado ocupou, ocupa ou ocupara posição como “porta de entrada”? Sim, acredito que todos tiveram ou tem participação, mas não como ator coadjuvante, e sim como principal, na medida em que não houve ou não há um trabalho maciço de divulgação com o comprometimento de novos atletas, excetuando-se as classes 1metro ULY, RG65 e o Footy, que no mínimo possuem um relevante número de associados em sua associação internacional.
Ganhamos e também perdemos atletas, seja para vela 1X1, outra modalidade ou ainda para o desinteresse. O número médio de atletas nos clubes ou em competições não se altera, continua o mesmo por anos, a flotilha Barra Vela é uma exceção, pois mantém um número elevado de atletas na vela rc, sendo a maior flotilha de veleiros RG65 no Brasil, trabalho de um grupo de “cariocas da gema” que lutam por um espaço para navegar.
Acredito na adesão e no crescimento a modalidade, quando houver interesse dos dirigentes em formar novos atletas, ensinando simplesmente aos iniciantes a arte de velejar, em seus próprios veleiros, ou cedidos por clubes e/ou fabricantes, dando amplo espaço ao aprendizado e não a competição, e num segundo momento, o ensinamento de táticas e regras de regatas a aqueles que optem por participar de competições. Ter acesso a plantas, barcos prontos “ready to sail” de baixo custo, bem como acesso através da facilidade ao crédito parcelado na compra de veleiro de maior custo, medidas que teoricamente podem proporcionar aos novos interessados a abertura da porta de entrada à modalidade.