Diferenças entre as velas 2D e 3D.
Velas 2D são aquelas feitas com a união de painéis, usando-se basicamente o tecido ou filme de poliéster (Dacron) em suas várias micrometrias. Velas 3D produzidas sobre um molde com “shape” definido por computador, em único painel, formado por materiais nobres tipo: Poliéster, Pentex, Kevlar, Mylar, Technora, Twaron, Spectra, Dyneema, Certran, Zylon, Vectra e fibra de carbono. Nesta produção, filamentos de fibras são ensanduichados entre camadas de filme. Assim formando um modulo de carga em linha reta, o que maximiza o alto poder de não estiramento do módulo de fibras, onde um material tecido terá algum estiramento inerente à trama. A laminação do filme em camadas em torno dos fios cria um vínculo muito forte e confiável.
O objetivo deste início de matéria é chamar a atenção para modificação ou não pela IOMICA das regras da Classe 1 Metro Internacional (IOM) no que se referem as velas. No caso de abertura ao uso de velas moldadas tipo 3D, algumas perguntas ficam sem resposta, pois se trata de uma classe dotada de restrições no tocante a materiais nobres na confecção das velas. Qual o beneficio para a classe no Brasil? Qual é o beneficio para o velejador brasileiro? Nossos (Brasil) desenvolvedores de velas para rc têm acesso a esta tecnologia? Nossos (Brasil) fabricantes de velas rc têm acesso aos tecidos nobres? Poderia formular muitas outras perguntas, mas acho que de nada valeria, pois tenho comigo que esta questão deveria ser votada (definida) pelos mais interessados pela classe, os proprietários de veleiros IOMs em todo o mundo. Afinal, hoje com o advento da internet podemos colher votos em qualquer lugar do globo terrestre. Uma vela de alto desempenho e tecnologia teoricamente não garante o pódio, e sim, o monopólio de desenvolvimento e fabricação. Gostaria de deixar clara a minha posição quanto ao uso de tecnologia em velejar, que por sinal sou totalmente a favor, sim, sou contra os altos custos envolvidos em nossos veleiros rádio controlados. Nestes casos, gosto sempre de lembrar a frase que o saudoso Fernando Bernardo Cardoso (Brasília-DF) proferiria ao ler esta, “Estão matando a galinha dos ovos de ouro”
“Uma vela de alto desempenho e tecnologia teoricamente não garante o pódio, e sim, o monopólio de desenvolvimento e fabricação. ” Acho que essa afirmação define o maior problema. Se esta vela se tornar única, obrigatória, pelo menos para mim a IOM vai ficar mais sem graça. Porque eu gosto de fazer meus barcos, meus mastros, minhas velas. Só reforça minha atual tendência de deixar de praticar a IOM. Se ela vier como uma opção a mais, além da atual, tudo bem, sem problema, mas se ela se mostrar tão eficiente que dê um grande handicap para quem a usa, acho que será o início do fim. Cada vez mais, a IOM ficará restrito a um pequeno grupo de participantes. Concordo com você.
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