2025 – RG65 – Campeonato Brasileiro

São Paulo recebe o Campeonato Brasileiro da Classe RG65

O Clube de Campo Castelo foi o palco do Campeonato Brasileiro da Classe RG65, reafirmando sua tradição como um dos principais apoiadores da vela RC no país. Há 25 anos, desde a realização do Campeonato Sul-Americano das classes 1 Metro, ULY e Marblehead, o clube tem se destacado pelo compromisso com os velejadores e pela dedicação à organização de grandes eventos da vela rádio controlada.

Por: Haroldo Fiocco

Crônica do Campeonato Brasileiro de Vela RC

A preparação começou preventivamente duas semanas antes do evento. Primeiro, realizamos uma regata treino ainda com a represa em nível baixo. Uma semana antes do Brasileiro, já competíamos no Campeonato Paulista, momento em que o nível da água ultrapassava o muro contenção, trazendo a raia mais próxima da terra. No entanto, a grande quantidade de aguapés flutuantes exigiu um esforço extra para limpar a área e garantir boas condições de regata.

O início do Campeonato Brasileiro
Quinta-feira foi dedicada à medição dos barcos, com um aparato específico para verificar o comprimento das embarcações e a correta posição dos lemes. Todos os participantes receberam previamente uma planilha para registrar as medidas das velas, assinadas e certificadas. No entanto, uma chuva no meio da tarde nos impediu de testar a raia.
Na sexta-feira, a primeira regata foi disputada sob um vento sul muito leve, permitindo apenas uma prova pela manhã. Após o almoço, uma nova ameaça: uma grande quantidade de aguapés soltos quase invadiu a raia, o que poderia comprometer o andamento das regatas. Felizmente, uma forte chuva vinda do quadrante norte limpou o percurso, e seguimos com mais quatro regatas repletas de disputas acirradas entre Marlon e Jorge, Roberto e Elon, Paulo e Arno.
Quando o vento é forte, a largada exige um bom posicionamento. Com vento fraco, essa decisão se torna ainda mais estratégica, pois alcançar o ponto ideal sem vento é um verdadeiro desafio.
Tivemos a honra de receber Alexandre Salgado, Coordenador da Classe IOM, e Roberto Assis, um dos grandes nomes da vela RC no Brasil. A noite de confraternização aconteceu na pizzaria mais tradicional da região, localizada na Av. Kennedy.

Segundo dia: Sol, vento e emoção
O sábado amanheceu ensolarado, e a previsão era animadora: ventos mais fortes! No entanto, sopravam do quadrante oeste, uma direção incomum para a represa. Durante o dia, recebemos a visita do lendário velejador Mário Buckup e do mestre rc sailmaker Andrea Bacchini, que prestigiaram as regatas.
Foram disputadas oito regatas, totalizando 13 até o momento. Marlon brilhou com um verdadeiro hat trick, vencendo as três últimas do dia. Mas a disputa pelo meio da tabela estava embolada, com velejadores variando entre segundos, terceiros e quartos lugares.
Porém, como em toda competição, os imprevistos acontecem. Um simples parafuso do moitão da escota se soltou e escariou o furo, me deixando de fora das últimas três regatas. Isso reforça a importância da revisão e da segurança dos sistemas!

A luta pelo pódio está intensa:
Roberto Lindstaed tem Jorge na mira, com apenas dois pontos de diferença.
Paulo Krinke e Elon Grendene brigam pelo posto, também separados por dois pontos.
Arno Buchili precisa descontar 20 pontos de Maurício, um verdadeiro desafio!
No fim do dia, alguns competidores se despediram: Polaco teve um compromisso e precisou sair, enquanto Carlos Weiss enfrentou problemas na eletrônica e também se retirou. Enquanto isso, Vitor Hugo e Renato Valentin, convidados e ao comando de Skinnys 2.0 turbo intercooler, estavam na minha alça de mira.

Confraternização e preparação para o último dia
O sábado terminou com um grande churrasco preparado pelo nosso mestre churrasqueiro, Polaco, regado a doses generosas de caipirinha. Para encerrar a noite, saboreamos um delicioso pavê servido por Goldie Faermann.

Domingo: Decisão final!
O domingo começou cedo, com um tradicional café da manhã nas famosas padocas brasileiras. O cronograma foi adiantado para permitir que os velejadores de outras cidades tivessem tempo de embalar seus barcos com cuidado antes da viagem de retorno.
O vento soprava do norte, no limite para a vela A. Quem tinha mais peso no bulbo manteve a A, enquanto os que possuíam bulbo mais leve optaram pela vela B. Mas a estratégia não se resumia a isso: o vento norte trazia marolas, exigindo um equilíbrio entre potência e velocidade.
Agora, era tudo ou nada. O título estava em jogo!
Marlon enfrenta dificuldades com o pouco peso de seu Skinny, enquanto Jorge, acostumado aos ventos fortes de POA, aproveita a vantagem. Arno, com um UNO projetado para ventos intensos da Europa, ganha terreno. Meu Little Best, mais pesado, combinado com a estratégia de velejar por fora, tem bons resultados. Maurício, com seu Stinger, segue no meio do pelotão junto aos Skinny’s de Paulo e Elon. O novato Fernando, também com um Little Best, mantém-se na disputa.
Resumindo: a competição está totalmente embolada! Quem conseguir evitar enroscos salta para a frente.
Em apenas cinco horas, aproveitamos os bons ventos para realizar um grande número de regatas.
Antes da cerimônia de premiação, os participantes foram recebidos com a tradicional Macarronada Presidente, gentilmente oferecida pela Sra. Lígia Bonini, Presidente do Clube de Campo Castelo.
Ao final do campeonato após corridas 30 regatas o grande campeão foi o velejador Marlon Preste, seguido de Jorge Bercht em segundo, em terceiro Roberto Lindstaedt, em quarto Paulo Krinke e em quinto Elon Grendene.